domingo, 23 de setembro de 2012

FEOCROMOCITOMA POSSIBILIDADE DE CURA-01-INICIO

O feo se caracteriza pela possibilidade de cura por procedimento cirúrgico em mais de 90% dos pacientes, sendo que nos casos benignos apresenta sobrevida pós-cirúrgica semelhante a da população. Mesmo nos casos em que já foram estabelecidas alterações vasculares permanentes, decorrentes de hipertensão arterial mantida, a cirurgia ocasiona benefícios, facilitando o controle da situação clínica(17-19).

Os pacientes com feo possuem certa complexidade, necessitando de equipe multidiciplinar envolvida para diagnóstico e tratamento. Por ser um problema incomum, os pacientes são encaminhados para centros com infra-estrutura complexa, possuidores de equipes treinadas e experientes em feo.
Nos últimos anos, vários avanços em diversas áreas, foram gradativamente incorporados ao diagnóstico e tratamento de feo em nosso serviço. Revisamos e comparamos prontuários de pacientes tratados recentemente com aqueles tratados há uma década, verificando os progressos incorporados no diagnóstico por imagem, análise bioquímica, preparo pré-operatório, anestesia e técnica cirúrgica. Analisamos os benefícios que os avanços trouxeram para o diagnóstico e tratamento dos pacientes em nossa instituição.

Tratamento clínico pré-operatório

O tratamento farmacológico do feo deve ser instituído logo após a confirmação bioquímica do diagnóstico. Como se trata de uma doença curável e com sobrevida pós-operatória semelhante a da população normal, um adequado preparo deve ser instituído. A terapêutica deve abordar a estabilização dos efeitos cardiocirculatórios decorrentes do excesso de catecolaminas.

Primeiramente deve-se diminuir a intensidade dos sintomas através da redução da pressão arterial, e prevenir paroxismos espontâneos ou induzidos. A restauração da volemia do paciente deve ser estabelecida, atenuando o risco de hipotensão após a excisão tumoral.
Tradicionalmente o início do preparo é obtido com administração de bloqueador alfa-adrenérgico como a fenoxibenzamina ou prazosin, mas também pode ser utilizado doxazosin, terazosin ou bloqueador dos canais de cálcio.

A fenoxibenzamina se caracteriza por ser um bloqueador do receptor alfa-adrenérgico de longa duração e não competitivo. O estímulo alfa-adrenérgico propicia uma vasodilatação periférica e aumento do fluxo para as vísceras abdominais, permitindo uma redução pressórica. Por ser uma droga não seletiva apresenta os inconvenientes como irritação gastrointestinal, tonturas, hipotensão postural, congestão nasal e fadiga.

O prazosin é um bloqueador competitivo alfa-1-seletivo. Poupa os receptores alfa-2, além de minimizar os efeitos beta-adrenérgicos secundários. Desta forma, a taquicardia que se segue ao uso de prazosin é menos intensa que aquela associada à fenoxibenzamina. O prazosin é particularmente útil nos tumores em que predomina a secreção de adrenalina(42).

O uso de beta-bloqueadores deve ser indicado quando o paciente apresentar taquicardia e arritmias, mas sempre após um adequado alfa-bloqueio. O alfa-bloqueio deve ser instituído para evitar a vasoconstricção na ausência do efeito vasodilatador beta-2, que pode acarretar edema pulmonar (agravado pelo efeito inotrópico negativo do beta-bloqueio)(30). A amiodarona ou a lidocaína pode ser administrada nas arritmias graves, quando o uso de beta-bloqueadores está contra-indicado.
Uma adequada preparação pré-operatória com alfa-bloqueador consiste na manutenção da pressão arterial supina no máximo 160x90 mmHg por 48 horas; eletrocardiograma sem alterações de segmento ST ou onda T nas últimas duas semanas; e no máximo uma extra-sístole ventricular por cinco minutos.

Tratamento cirúrgico

Após um adequado preparo pré-anestésico satisfatório, a remoção cirúrgica da massa tumoral se faz necessário. A anestesia em pacientes com feo representa sempre um desafio e se torna um problema particularmente crítico naqueles casos em que o diagnóstico não foi estabelecido. Nesses casos a mortalidade pode ser de até 50%. Registros recentes mostram que a remoção eletiva do tumor apresenta mortalidade perioperatória baixa. A taxa de mortalidade pelo tratamento cirúrgico de feo é menor que 2%. Após o procedimento cirúrgico aproximadamente 80% dos pacientes se tornam normotensos, sendo que os outros 20% desenvolvem hipertensão essencial. A redução da mortalidade operatória é resultado da melhor compreensão da fisiologia da doença, permitindo um melhor controle da homeostase circulatória durante a intervenção.

2 comentários:

  1. Estou preocupado! Meu exame d urina 24 deu alterado. O normal sao valores abaixo d 1 e o meu deu 315 :'(

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    1. olá.
      Cada laboratório tem suas taxas de valores normais, convêm antes de tudo levar os exames ao medico,depois de confirmado ser feocromocitoma,ainda terá que achar o sitio,depois a cirurgia e a cura,feocromocitoma é uma doença difícil,porem geralmente curável.
      Boa sorte.

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